terça-feira, 28 de abril de 2009

Notícias do Jornal Nacional - Educação a distância



O Jornal Nacional está exibindo, nesta semana, uma série especial de reportagens sobre um desafio brasileiro. A necessidade de educar milhões pessoas num país gigantesco e onde faltam professores. O repórter Alan Severiano mostra como isso é possível com a ajuda de tecnologia.

No Brasil, já são mais de 2,5 milhões de estudantes de educação a distância. O avanço tecnológico foi o fermento dessa revolução. “Computador, internet, multimídia. Essas novas tecnologias vêm a somar com a necessidade da sociedade de atualização de conhecimentos, e de forma mais conveniente. A escola ou a universidade vem até elas e não vice-versa”, explicou Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância. A educação a distância surgiu no século XIX. Com 150 anos, a University of London é a pioneira. Tem 40 mil alunos em 180 países. Produziu cinco prêmios Nobel. O mais ilustre, o ex-presidente da África do sul, Nelson Mandella, fez o curso de Direito por correspondência na prisão. Na Segunda Guerra Mundial, soldados americanos já estudavam a distância. “Foi no pós-guerra, com a necessidade de formar profissionais rapidamente para que dessem conta de reconstruir os países da Europa, principalmente, que a educação a distância teve um grande impulso”, lembrou Beth Almeida, professora de Tecnologias na Educação (PUC/SP). No Brasil, a educação a distância desembarcou no fim do século XIX. Acredite: aprendia-se datilografia por correspondência. Depois, aulas começaram a ser transmitidas pelo rádio. E o aparelho que revolucionou a comunicação na época também virou tema de curso. “As pessoas montavam seus próprios rádios e também depois tinham que fazer a manutenção desses rádios, então era um novo negócio, uma nova demanda, uma evolução no Brasil na época”, contou Márcia Siqueira, diretora do Instituto Monitor. Aberto há 70 anos, este instituto com sede em São Paulo é a escola mais antiga em funcionamento no país. Seu João Villa foi um dos primeiros alunos. Formou-se em 1942 como radiotécnico. “A gente podia ler no bonde. Ia para casa de bonde, ia lendo. Quando eu voltava, ia lendo também. Aproveitava o tempo”. Um colégio no centro de Manaus tem alunos espalhados pelo mundo inteiro. Filhos de militares em missões especiais estudam pelo computador do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro do médio. “Nosso objetivo é permitir uma continuidade dos estudos”. Na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, o curso a distância dá tranquilidade a quem vigia a área marcada pelo narcotráfico. A família do major Dos Santos já mudou sete vezes de cidade. Efraim de Jesus dos Santos se adaptou logo às apostilas, exercícios e aulas virtuais. “Posso conversar com o professor, tirar minhas dúvidas. Tem português, matemática, história, geografia, ciências e inglês”. Apesar de estudar em casa, a rigidez é militar. “Na parte da manhã, é só estudo”, garante o pai. “É como se ele tivesse no colégio”, compara a mãe. Com o curso de Educação Física, Olavo sonha em melhorar a qualidade de vida no município onde 90% dos moradores são índios e multiplicar oportunidades para as futuras gerações. “À distância ou perto, o importante é que esteja estudando porque sem a educação a gente praticamente não é nada”.


DIA 28 DE ABRIL - DIA NACIONAL DA EDUCAÇÃO


O caminho

Um dia, um bezerro precisou atravessar a floresta virgem para voltar a seu pasto.
Sendo animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas...
No dia seguinte, um cão que passava por ali, usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta.
Depois foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta.
Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho : entravam e saíam, viravam à direita, à esquerda, abaixando-se, desviando-se de obstáculos, reclamando e praquejando, até com um pouco de razão...
Mas não faziam nada para mudar a trilha.
Depois de tanto uso, a trilha acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se cansavam sob cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em, no máximo, uma hora, caso a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro.
Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se a rua principal de um vilarejo, e posteriormente a avenida principal de uma cidade.
Logo, a avenida transformou-se no centro de uma grande metrópole, e por ela passaram a transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro... centenas de anos antes...
Os homens tem a tendência de seguir como cegos por trilhas feitas por pessoas inexperientes, e se esforçam de sol a sol a repetir o que os outros já fizeram.
Contudo, a velha e sábia floresta ria daquelas pessoas que percorriam aquela trilha, como se fosse um caminho único... Sem se atrever a mudá-lo.
Muitas vezes nos chamam de ousados, chatos, metidos, etc. pois temos ousado por caminhos novos, pois quando nos falam que devemos seguir aquele caminho pois todos estão indo por ali e não sentimos paz no coração, buscamos a resposta do alto, os conselhos de Deus e através Dele, por Ele e com Ele à nossa frente seguimos novos desafios.
Paulo Coelho